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Um Novo Ano, Um Novo Capítulo de Amor.

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O ano que passou trouxe desafios únicos, marcas profundas e aprendizados que nem sempre foram fáceis de carregar. Quem convive com um ente querido vivendo com demência sabe que cada dia é uma página escrita com lágrimas, sorrisos e, sobretudo, amor. Mas agora, diante de um novo ano, temos a chance de olhar para a vida com um coração renovado. Ainda que as dificuldades persistam, o amor que une uma família é capaz de transformar os momentos mais simples em memórias preciosas. Ao olhar para o futuro, convido você a fazer uma pausa. Respire fundo. Lembre-se de que a jornada que você enfrenta não é feita apenas de perdas. Há descobertas escondidas nos cantos mais improváveis. Talvez seja o brilho de um olhar que ainda reconhece o amor. Ou o som da risada que ainda ecoa em dias bons. Permita-se sentir gratidão, mesmo em meio às tempestades. Gratidão pela força que você encontrou em si mesmo, mesmo nos dias em que achava que não conseguiria. Gratidão pelos pequenos instantes de conex...

A CAIXA DO MEU PAI.

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Falar do meu pai é como abrir uma caixa trancada há muitos anos. Não qualquer caixa, mas uma daquelas guardadas com cuidado, escondida dentro de outras, em um canto que só se acessa quando a saudade ou a coragem tomam conta. Dentro dela, há um mosaico de lembranças que dançam entre o riso e o silêncio, entre a presença e a ausência. Vejo meu pai com seu sorriso escancarado e tímido, contando as piadas sem graça que só ele ria, até nos fazer rir também. Lembro dos causos que ele vivia a narrar, com minha mãe ao lado confirmando cada detalhe. Naqueles momentos, ele era gigante — um pilar de força e inteligência. Engenheiro, professor, fluente em francês. Um homem que parecia saber tudo, mas que, como descobri depois, não estava imune às ironias da vida. Quando a doença chegou, a força começou a dar lugar à fragilidade. O “Mal de Parkinson” — um nome que já não se usa, como se a suavização da linguagem pudesse aliviar o peso do diagnóstico. Ele era um dos 20% que evoluem para a demência, ...

O dia que Seu Antônio parou de dirigir

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 Seu Antônio tratava o Alzheimer comigo há 5 anos. Sempre muito educado, personalidade forte, deu trabalho em aceitar os medicamentos prescritos para a doença. Aos poucos fui ganhando sua confiança, aceitou o tratamento e a recusa fazia parte de um passado distante. A insistência da esposa em mantê-lo dirigindo sempre foi uma preocupação. Muitas vezes a família nega o diagnóstico. Mas a estabilidade das perdas fazia com que eu fosse um álibi dessa situação. Mas a doença não perdoa, avança sem pedir licença. Hoje, a esposa que passou em consulta antes dele, nem mostrou seus exames e começou: -- Doutora, a senhora precisa conversar com Antônio, está dirigindo muito mal, tivemos que vir de Uber, ele esta muito bravo comigo. A memória dele piorou bastante também. As drogas utilizadas para o tratamento do Alzheimer são os inibidores da colinesterase. Mas o que isso significa? A doença de Alzheimer é causada pela perda de neurônios colinérgicos no hipocampo e no córtex frontal (regiões c...

A dor e a saudade que moram no Natal.

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 O Natal é chamado popularmente de Noite Feliz, por causa das comemorações religiosas da data, entretanto o dia pode não ser feliz para todas as pessoas. A tristeza que aperta o coração quando o Natal se aproxima tem até nome em inglês: Holiday Blues. Alguns fatores impactam mais esse sentimento e algumas orientações abaixo podem ajudar. Pensar no passado é um dos principais fatores que causam tristeza nessa época do ano. Recordar a infância, lembrar dos pais ou avós, sentir saudade do que já foi vivido ou então não gostar das memórias que voltam com a proximidade do Natal. Cada pessoa viveu uma experiência que precisa ser respeitada e reconhecida. Idealizar o Natal também pode trazer angústia e melancolia. Pode ser que o seu ano não tenha sido tão bom, você pode ter passado por dificuldades e não ter conseguido realizar os seus planos e objetivos, aí o Natal acaba trazendo o medo, a culpa, o sentimento de impotência. Pare para refletir e converse com pessoas próximas para compreen...

Dra, até quando meu familiar pode dirigir?

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 Quando parar de dirigir no quadro de Alzheimer: tudo o que você precisa saber. “Até quando é seguro que meu familiar com Alzheimer continue dirigindo?” Essa é uma questão importante, já que dirigir envolve atenção, memória, reflexos rápidos e julgamento — funções que são progressivamente afetadas pela doença.  Por que o Alzheimer afeta a capacidade de dirigir? Conduzir um veículo exige habilidades cognitivas específicas, como: • Memória: para lembrar rotas, sinais de trânsito e as regras da estrada. • Atenção: para perceber pedestres, outros carros e mudanças no ambiente. • Coordenação motora: para controlar o volante, os pedais e mudar de marcha. • Tomada de decisão: para agir rapidamente diante de imprevistos, como um carro freando bruscamente. O Alzheimer afeta essas habilidades de forma gradual e progressiva. No início, o paciente pode continuar dirigindo em rotas conhecidas, mas, com o tempo, até trajetos familiares se tornam confusos e situações inespera...

Programando 2025! Atividades Gratuitas para Idosos Disponíveis pelo SUS e Outros Programas Públicos.

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Além dos serviços de saúde, o SUS e outros órgãos governamentais oferecem diversas atividades que promovem o bem-estar, a socialização e a qualidade de vida dos idosos. Confira algumas opções: 1. Grupos de Convivência e Atividades Culturais Centros de Convivência para Idosos (CCI): •Promovem encontros para socialização, oficinas de artesanato, aulas de música, dança de salão, yoga e teatro. •Em muitas cidades, são administrados em parceria com prefeituras e ONGs. Grupos de Idosos nas UBS: • As Unidades Básicas de Saúde frequentemente organizam grupos de apoio e encontros para idosos, com atividades como palestras educativas, rodas de conversa e dinâmicas de grupo. Eventos Culturais Gratuitos: •Prefeituras e secretarias de cultura oferecem acesso gratuito ou com desconto a teatros, museus, bibliotecas e cinemas, muitas vezes com eventos específicos para a terceira idade. 2. Atividades Físicas e Esportivas Academias da Terceira Idade (ATI): •Equipamento...

Recebi o Diagnóstico de Alzheimer: Como Planejar Meu Futuro?

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Receber o diagnóstico de Alzheimer é assustador mas, tomar decisões importantes e garantir sua autonomia enquanto ainda é possível é necessário. Veja os passos que podem ajudar: 1. Entenda a Doença Aprenda sobre o Alzheimer e como ele pode progredir ao longo do tempo. Conhecer a doença permitirá que você e sua família se preparem para as mudanças e os desafios que virão. 2. Converse com Sua Família Compartilhe o diagnóstico com pessoas de confiança. Essa conversa pode ser difícil, mas é essencial para construir uma rede de apoio e garantir que todos estejam alinhados sobre suas vontades e necessidades futuras. 3. Organize Suas Finanças e Documentos • Procuração: Considere nomear alguém de confiança para cuidar de suas questões financeiras e legais caso você não consiga no futuro. • Testamento: Atualize ou elabore seu testamento para garantir que seus desejos sejam respeitados. • Orçamento: Planeje os custos futuros com cuidados, tratamentos e adaptações nec...